O Progresso - Pierre Leroy

 




O Progresso

 

Pierre Leroy

 

Ele vinha com um jeito pós-moderno

Muito veloz, astuto e avançado

Esvaziava o conteúdo do moderno

E o anoitecer ficava ensolarado

 

A necessidade que aparecia todo dia

A novidade cotidianamente urgia

A semente que não crescia

A esperança que morria

 

O eterno presente era o presente eterno

Agora ele vivia no mundo pós-moderno

O fim da história redescoberto

Uma nova inovação do pensamento moderno

 

A vilania que se repetia no dia-a-dia

O presente como má companhia

O novo e o velho juntos realmente

O novo e o velho separados idealmente

 

A verdade que se escondia

A humanidade dominada pela covardia

A tristeza jogada para debaixo do tapete

A única voz era a de muitos em falsete

 

O moderno, o progresso, o pós-moderno

Nunca mais eu vi um gesto terno

O vil metal se declarou eterno

O interno foi assassinado pelo externo

O externo foi confundido com o interno

 

Ele dá o grito: sou progressista!

E eu reflito: sou hedonista?

E eu insisto: sou masoquista?

Eu então interdito: não sou nada disto!

Resolvo o conflito: sou marxista!


Esta e outras poesias em:

http://redelp.net/revistas/index.php/poe 


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